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quarta-feira, 10 de junho de 2020

O QUE FAZER COM AS CRIANÇAS DURANTE A QUARENTENA


Thiago Queiroz, criador do 'Paizinho, Vírgula!', dá dicas para papais e mamães 'desesperados' com os filhos pequenos em casa durante a quarentena

O educador parental também passou por um sufoco ao ter que cancelar a festa de aniversário do filho de 5 anos: "Ele ficou muito triste. Conversamos e acolhemos" Higiene, saudade dos amiguinhos, tempo em casa, ansiedade e a gravidade da pandemia são alguns dos temas abordados pelo 'Paizinho Virgula'.



Foto: Click Carolina/Divulgação



Família toda em casa, crianças ansiosas, home office e uma pandemia se alastrando lá fora. Para muitos adultos, a combinação destes fatores vêm sendo desastrosa. Pensando nisso e usando sua experiência como pai de 3 filhos, Thiago Queiroz, criador do portal "Paizinho, Vírgula!", reuniu algumas dicas que podem ser valiosas para este período de isolamento. Ele - que é escritor, youtuber, podcaster, influenciador digital e educador parental - conta que também passou por um sufoco ao ter que cancelar a festa de aniversário do filho de 5 anos, e diz que o momento é de acolher e dar proteção aos mais novos.

"É muito importante entender que o mundo mudou. Estamos em uma outra dinâmica. Não dá para esperar que a gente - que trabalha em home office - vá ter uma produtividade altíssima com os filhos em casa. É um momento que precisamos estar presentes afetivamente com os nossos filhos. Por isso, precisamos estar bem, próximos, e dando uma base segura a eles", fala.

Usando a praticidade e sem perder o foco, Thiago acredita que os pais devam procurar fazer pausas durante suas rotinas e dedicarem um tempo para alguma atividade com os filhos. "Na hora do almoço pare, saia do escritório, fique com o seu filho. Brinque, coma junto, converse. E quando não estiver em home office, aproveite para ficar perto do seu filho. Pegue jogos de tabuleiro e brinque, monte quebra-cabeças", exemplifica.


Veja mais dicas de Thiago Queiroz para o período:

Como falar sobre a gravidade do Coronavírus?


"Depende muito das decisões e dos valores de cada família. Aqui nós temos abertura para falar de qualquer assunto. Acredito, então, que a melhor forma é falar de uma maneira adaptada à idade da criança. Com meu filho de 7 anos e 5 anos consegui conversar. Falamos que o vírus é um bichinho pequeno, mas que ele se alastra muito rápido, passa de uma pessoa para a outra, deixa as pessoas muito doentes, mas faz muito mal e pode até matar as pessoas mais velhinhas, como o vovô deles e a vovó deles", explica Thiago, que sabe que o assunto pode ser um 'tabu' em muitas famílias, e acredita que não dá para fugir do diálogo.

E os cuidados de higiene dos pequenos?


"Fiz um experimento com eles: peguei dois pratos, um com água e pimenta do reino moída e outro prato com água e detergente. E aí falei assim: 'Estão vendo aqui esses pontinhos pretos? É como se fosse o vírus. Não é de verdade, mas é como se fosse. Ele gruda muito rápido nas mãos das pessoas e depois se espalha para tudo que é lugar.' Pedi para eles botarem a mão na água com a pimenta, e aí viram que a pimenta ficou presa nas mãos deles. Então, falei: 'Estão vendo? Se tivesse coronavírus aqui, agora estaria nas suas mãos. Se vocês colocarem as mãos nas suas bocas, colocarão esse vírus para dentro dos seus corpos. Para vocês se livrarem disso, coloquem suas mãos nesse outro pratinho aqui'. Na hora que eles botam, a pimenta do reino se solta imediatamente das mãos deles e se espalha pelo prato com detergente. E falei: 'Olha, estão vendo? Isso é água com sabão! Ela tira toda a sujeira e doença das mãos! Agora que as suas mãos estão com sabão, experimentem colocar essas mãos de volta no prato com a pimenta do reino.' Foi então que, quando eles encostaram a mão na água cheia de pimenta, ela se espalhou pelo prato, como se estivesse fugindo das mãos das crianças. Isso acontece por causa da função emulsificante do sabão. Não é exatamente isso que acontece com o vírus, porque o sabão apenas mata o vírus, e não 'expulsa' ele das mãos, mas é uma ótima forma de ensinar a importância de lavar as mãos para as crianças, de forma lúdica", exemplifica o papai.

E a birra para 'passear' na rua?


"É preciso reconhecer a vontade da criança e acolher a tristeza e frustração. Eles não têm condição cognitiva, emocional e cerebral para lidar com esses sentimentos. Podemos responder assim: 'Poxa filho, você queria muito passear, né? Mas onde você queria ir? O que você queria fazer?' E quando você pergunta e entra nesse mundo da imaginação com a criança: 'Ah eu queria passear no parquinho!', aí você pode dizer: 'Poxa o parquinho, que tem aqueles bancos daquele jeito, que tem aquele balanço que você consegue ir bem alto. Seria tão legal a gente ir lá, eu também queria ir!'. E aí você está junto da criança, mostrando que você se importa com aquilo que ela está falando, que você está entendendo o que ela está dizendo e isso tudo ajuda a criança a se acalmar também", orienta Thiago.

Saudade do amiguinho da escola


"Também é muito importante reconhecer esse sentimento da criança. Primeiro a gente acolhe, depois reconhece. Entre as dicas de como tentar diminuir a saudade, a utilização de ferramentas de videoconferência e mensagens de áudio no WhatsApp, têm ajudado bastante", aconselha.


O drama da festa de aniversário cancelada


"No primeiro dia de quarentena, 14 de março, era aniversário de 5 anos do meu filho Gael. Estava tudo preparado e tivemos que tomar a decisão difícil de cancelar a festa. Demos essa notícia para ele no dia do aniversário e ele ficou triste e chateado. Conversamos, acolhemos, deixamos ele falar. E prometemos: ''Olha filho, não quer dizer que você não vai fazer aniversário. Você vai ter seu aniversário, só que vai ser uma festa aqui em casa, que a sua família vai preparar para você.' Então compramos um bolinho, colocamos enfeites de papel, fizemos uma decoração bonitinha e cantamos parabéns. Mas ele sempre cobra de que quando a quarentena acabar, vai querer a festa dele", relata o papai sobre a experiência.

Dicas de filmes, livros, brincadeiras e podcasts


Por fim, Thiago Queiroz faz uma lista de atrativos que podem ser compartilhados entre papais e filhos: "Faço alguns podcasts. Temos o 'Contra Pra Mim?', que é de contação de história. Tem também o 'Coisa de Criança', que é um projeto meu e da minha esposa, e explicamos os 'porquês' das coisas: por que chove, por que existem as ondas no mar, e muito mais. E o podcast mais recente, que surgiu durante a quarentena, é o 'Ideia de Criança', um projeto que estou fazendo com o Dante e o Gael, meus dois filhos mais velhos. Conversamos sobre qualquer coisa da vida e eles respondem perguntas dos ouvintes. É uma forma de registrar uma conversa normal que tenho com eles, sempre acolhendo, escutando e validando. Fora isso, tem os jogos de tabuleiros, que ajudam muito a passar um tempo de qualidade com os filhos, longe das telas e tecnologia. Muitas editoras de jogos têm oferecido, inclusive, versões desses jogos de tabuleiro para imprimir de graça em casa, para você jogar durante a quarentena. Esse momento do brincar é bem importante porque fortalece os vínculos."

Sobre Thiago Queiroz


Criador do site Paizinho Vírgula, escritor, youtuber, influenciador digital, host do podcast Tricô de Pais, colunista e embaixador da Revista Crescer. Criador de conteúdo, marido e pai, Thiago Queiroz atua de diversas maneiras na educação parental, tanto nas mídias online, quanto presencialmente em palestras e grupos de apoio. Thiago é certificado como líder pela organização Attachment Parenting International, e criador do primeiro grupo de apoio oficial no Brasil, a API Rio. Também é certificado como educador parental para a disciplina positiva, pela Positive Discipline Association.


Para mais informações sobre Thiago Queiroz, Paizinho Vírgula!

sábado, 6 de junho de 2020

Laboratórios da UFMG realizam 300 testes de Covid-19 por dia





Por: Daniel Marques

Em meio ao crescimento do número de pessoas diagnosticadas com a Covid-19, pesquisadores trabalham em uma forma de aumentar a oferta de testes disponíveis. Uma das instituições nessa luta é a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que mapeou a tecnologia que existia na unidade e a colocou à disposição para realizar testes do novo coronavírus. A universidade faz parte da Rede Viroses Emergentes, do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). A ideia é desenvolver vacinas, testes diagnósticos e medicamentos contra o novo coronavírus.

Na UFMG, já é possível a realização de cerca de 300 testes de Covid-19 por dia, em suporte à demanda crescente recebida pelo governo do estado de Minas Gerais. O professor Flávio Guimaraes da Fonseca, Virologista do Centro de Tecnologia de Vacinas (CTVacinas) da UFMG, explica que o teste aplicado na universidade é aquele que detecta o material genético do vírus, garantindo que um resultado mais confiável do que o dos testes rápidos.

“O tempo de geração desses testes, desses laboratórios que fazem parte desse consórcio, é de aproximadamente de 48 horas, que é bem superior ao tempo que a FUNED está solicitando para liberar esses resultados, que é acima de 5 dias. É um apoio diagnóstico bastante robusto”, pontua.

O CTVacinas também atua no desenvolvimento de um novo método de testagem para aumentar a oferta de testes rápidos. Ele é baseado no chamado “método Elisa”, que detecta a presença de anticorpos contra o novo coronavírus. O método é mais confiável do que aquele aplicado nos testes rápidos e necessita apenas de aparelhos simples. O custo da realização desse teste chega a ser de um terço do custo do teste que detecta o genoma do vírus.

Para que o exame seja disponibilizado para produção em larga escala, a instituição negocia a cessão dos direitos de produção de produtos envolvidos no processo.